Conheça as principais espécies de escorpião:

Escorpião-amarelo (T. serrulatus) – Com ampla distribuição em todas as macrorregiões do país, representa a espécie de maior preocupação em função do maior potencial de gravidade do envenenamento e pela expansão em sua distribuição geográfica no país, facilitada por sua reprodução partenogenética (ou seja, não precisa de um parceiro para procriar) e fácil adaptação ao meio urbano.

Escorpião-marrom (T. bahiensis) – Encontrado na Bahia e nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus) – Também apresenta reprodução do tipo partenogenética. É a espécie mais comum no Nordeste, apresentando alguns registros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus) – Principal causador de acidentes e óbitos na região Norte e no Estado de Mato Grosso.

SINTOMAS

  • Manifestações locais – Dor de instalação imediata em praticamente todos os casos, podendo se irradiar para o membro e ser acompanhada de formigamento, manchas vermelhas e suor pelo corpo. Em geral, o quadro mais intenso de dor ocorre nas primeiras horas após o acidente.
  • Manifestações sistêmicas – Após intervalo de minutos até poucas horas (duas a três), podem surgir, principalmente em crianças, os seguintes sintomas: transpiração excessiva, inquietação, irritabilidade, tremores, náuseas, vômitos, salivação excessiva, hipertensão ou hipotensão arterial, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar agudo e choque. A presença dessas manifestações indica a suspeita do diagnóstico de escorpionismo, mesmo na ausência de história de picada ou identificação do animal.
  • Crianças constituem o grupo mais suscetível ao envenenamento sistêmico grave – Crianças de até 10 anos precisam receber o soro antiescorpiônico em até 1 hora e 30 minutos após serem picadas por um escorpião. Se uma criança saudável começar a chorar intensamente e demonstrar muita dor, é fundamental considerar a possibilidade de um acidente com escorpião e buscar atendimento médico imediatamente.

TRATAMENTO

O tratamento específico é feito com o soro antiescorpiônico ou, na falta deste, soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus). Os soros devem ser administrados em ambiente hospitalar e sob supervisão médica.

Alguns exames complementares são úteis para auxílio no diagnóstico e acompanhamento de pacientes com manifestações sistêmicas, como eletrocardiograma, radiografia do tórax, ecocardiografia e exames bioquímicos.

PREVENÇÃO

  1. Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos que são presas dos escorpiões.
  2. Combater a proliferação de baratas no interior do domicílio. No caso da utilização de pesticidas, recomenda-se o uso de formulações do tipo gel ou pó. Essa atividade deve ser executada somente por profissionais de empresas especializadas.
  3. Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas. Usar calçados e luvas de raspas de couro nas tarefas de limpeza em jardins e quintais.
  4. Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbustos, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada.
  5. Solicitar ao proprietário ou, no impedimento deste, à prefeitura a limpeza periódica de terrenos baldios vizinhos, pelo menos numa faixa de um a dois metros junto às casas.
  6. Sacudir e examinar roupas e sapatos antes de usá-los, pois escorpiões podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo.
  7. Evitar colocar as mãos sem luvas em buracos, sob pedras, troncos podres e em dormentes da linha férrea.
  8. Nas casas e apartamentos, utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e a parede. Consertar rodapés despregados.
  9. Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. Não pendurar roupas nas paredes.
  10. Preservar os inimigos naturais de escorpiões: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos e sapos.

Pontos de atendimento na região

Soro antiescorpiônico

Limeira:
Hospital Santa Casa – Av.  Antonio Ometto, 675, Vila claudia

Piracicaba:

Hospital Santa Casa – Av. Independência, 953, Bairro Alto

UPA Vila Cristina – R. Dona Anésia, 950, Bairro Jaraguá

Campinas:

Hospital de Clínicas UNICAMP – R. Vita Brasil, 251, Cidade Universitária

Hospital Municipal Ouro Verde (complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi) – Av. Ruy Rodriguez, 3434, Chácara São José

Americana

Hospital Municipal Doutor Waldemar Tebaldi – Av. da Saúde, 415 Jardim – Nossa Sra. de Fatima

Um mapa e uma lista de endereços dos locais que oferecem atendimento especializado para esses casos foram desenvolvidos e estão disponíveis para consulta em: https://cievs.saude.sp.gov.br/soro/.

Perguntas frequentes (FAQ):

1. Todos os escorpiões são venenosos?

Sim, todos os escorpiões possuem veneno e a capacidade de injetar este veneno. A diferença entre as espécies perigosas e não perigosas está na ação desse veneno no homem. Algumas espécies causam acidentes graves ou mesmo óbitos, enquanto outras espécies causam apenas acidentes leves.

Caso o escorpião tenha aparecido dentro ou próximo à residência e se a pessoa se sentir segura e protegida, pode realizar a captura do escorpião utilizando um pote fundo com tampa com rosca e de boca larga e um papel grosso. Deve-se cobrir e prender o animal com o pote e deslizar o papel por baixo dele, permitindo o escorpião subir no papel sem deixá-lo escapar. O pote então é virado, mantendo-o tampado com o papel enquanto se faz isso. Após o escorpião ser deslocado para o fundo do pote, rapidamente substituir o papel pela tampa com rosca. Contate o serviço responsável pelo controle de escorpiões do município e informe da captura e solicite a conduta para com o animal.

Não, o escorpião se defende. Ferroa apenas quando é molestado, para se defender, ou seja, quando alguém coloca a mão ou encosta-se nele intencionalmente ou sem perceber.

Provavelmente sim, mas não é obrigatório, pois nem sempre vivem em grupos. São animais solitários, porém em áreas urbanas concentram-se em locais de fácil acesso à comida e ao abrigo.

A primeira coisa a ser feita é acalmar a pessoa e afastá-la do escorpião causador do acidente. Deve-se limpar o local com água e sabão e a vítima deve então ser encaminhada, sem demora, para o ponto de atendimento médico de referência da região.

Nenhum tratamento caseiro deve ser realizado, pois isso pode atrasar o atendimento e o tratamento médico adequados para esses tipos de picadas. A vítima deve ser levada ao hospital de referência o mais rápido possível.

Não. As Secretarias de Saúde dos estados são responsáveis por avaliar e indicar os hospitais mais adequados para administrar os soros para animais peçonhentos. É importante que as pessoas saibam o hospital mais próximo da sua casa onde possua esses soros.

O tratamento dos casos de acidentes com escorpiões é feito apenas na rede dos hospitais do SUS e é inteiramente gratuito.

Ele nunca utiliza todo seu veneno em uma única picada e pode causar um segundo acidente imediatamente após o primeiro. Pode também picar e não inocular veneno, causando um acidente assintomático ou “picada seca”.

A toxicidade do veneno é diferente para cada espécie de escorpião, podendo variar dentro de uma mesma espécie. Acredita-se que as diferenças estejam relacionadas à distribuição geográfica dos animais e às condições ambientais que determinam um tipo específico de alimentação, variações genéticas ou simplesmente variações fisiológicas entre espécimes.